Desde o dia 13 de fevereiro, vários locais em São Paulo e em outras capitais começaram a celebrar os 90 anos da Semana em que mudou o conceito de Arte e Literatura brasileira: a Semana de 22, que antecedeu o Modernismo.
Até o final desse mês, várias exposições e apresentações serão realizadas em homenagem a esse marco na cultura. Segue alguns desses eventosm extraídos do site FalaCultura, para aproveitá-los:
1. Ecos da semana de 1922 – a semana de arte moderna, 90 anos depois, no Sesc Vila Mariana (São Paulo)
Assim como em 1922, essa semana o Sesc Vila Mariana trará
uma programação com muita música, literatura e artes plásticas, com
todo o espírito de transgressão que marcaram a Semana original.
A programação musical que tomará o Auditório do Sesc começará na terça-feira (14), com o Quarteto Carobamdé prestando
homenagem a Heitor Villa-Lobos – uma das atrações mais disputadas da
Semana de Arte Moderna. Nos dias seguintes, a programação será dedicada à
Tropicália e à Lira Paulistana, dois movimentos influenciados pelo
espírito contestador de 22, com as apresentações de Os Skywalkers e o quinteto Doideca.
Divulgação | Sesc Vila Mariana
Outro destaque da programação é a intervenção artística Mário de Andrade entre nós, em que o ator Pascoal da Conceição, caracterizado como o famoso escritor, abordará aspectos da Semana.
Para os que preferirem aprofundar-se no assunto, o professor Ricardo Nogueira de Castro Monteiro, doutor em linguística pela USP, orientará o curso Modernismo: a literatura e sua relação com outras linguagens,
no final do mês. O mini-curso, com duração de três aulas, traçará um
panorama da criação literária do movimento modernista, conjugado à
música e às artes visuais.
2. Tarsila do Amaral — Percurso Afetivo, no CCBB (Rio de Janeiro)
Tarsila do Amaral não estava presente na Semana de
22 – na ocasião, vivia na Europa, e acabou acompanhando os
acontecimentos de longe. Ainda assim, é inegável que a pintora é um dos
maiores símbolos da Semana, integrando o famosos Grupo dos Cinco, que
encabeçaria o modernismo nos anos seguintes.
Divulgação
Pela primeira vez nos últimos 43 anos, uma das mais célebres artistas brasileiras recebe uma exposição individual na cidade do Rio de Janeiro. A partir dessa terça-feira (14), o Centro Cultural Banco do Brasil reunirá 85 obras da artista, incluindo a famosa Antropofagia, pintada como presente a Oswald de Andrade (então marido de Tarsila).
A exposição tem duas célebres ausências: o quadro Abaporu, mais famoso de Tarsila, que não foi emprestado pelo Malba, e A Negra, que não pode deixar o MAC-USP por conta da transferência de seu acervo.
3. 100menos10 reinventa a Semana de 22, na Galeria Theodoro Braga do CENTUR (Belém)
A exposição visual 100menos10 trás uma releitura
paraense da célebre Semana de 22 – mas, mais do que recordar os
acontecimentos do passado com nostalgia, a mostra propõe-se a repensar o
atual cenário artístico. “[Queremos] pensar o que estes 10 anos até o
centenário nos reserva”, explica o curador e idealizador, Guy Veloso.
Alan Soares | Divulgação
Essa releitura contemporânea do Movimento Modernista ficará em cartaz até o dia 16 de março na Galeria
Theodoro Braga do CENTUR, em Belém do Pará. Com a participação de 13
fotógrafos, além da artista plástica Roberta Carvalho, a mostra ainda
contará com uma interessante intervenção de Drika Chagas, que criará graffitis com estilização de desenhos arquelógicos amazônicos – a antropofagia da street art.
Elza Lima | Divulgação
4. Programação especial no Theatro Municipal (São Paulo)
É claro que o Theatro Municipal, que serviu de palco
para a famosa Semana, não poderia ficar de fora das comemorações.
Durante essa semana e a seguinte, São Paulo será presenteada com uma
programação especial, que inclui duas óperas, um espetáculo de dança e
dois concertos.
O destaque é a ópera Magdalena, de
Villa-Lobos, que será montada pela primeira vez em São Paulo. O
espetáculo, escrito para Broadway, conta a história da luta dos povos
ameríndios contra a opressão, valendo-se a exuberância dos trópicos em
sua narrativa.
5. Oswald de Andrade: o culpado de tudo, no Museu da Língua Portuguesa (São Paulo)
Pela primeira vez, o Museu da Língua Portuguesa realiza uma exposição sobre um escritor paulistano. Em Oswald de Andrade: o culpado de tudo,
a a vida e obra do polêmico autor são desmembrados em três módulos: a
dimensão poética, a histórico-biográfica e a dimensão filosófica.
Outra característica marcante da exposição é seu diálogo com a paisagem urbana no exterior do museu,
que considerou a forte relação de Oswald com a cidade de São Paulo.
Para promover esse diálogo, os tapumes que cobrem as janelas foram
retiradas, permitindo que as paisagens da Luz assumissem o protagonismo
cênico.
Outra curiosidade? Nos banheiros da Sala das Exposições Temporárias
foram instaladas frases – ligeiramente pornográficas – de Oswald. O
museu recomeda que os mais púdicos utilizem os banheiros do segundo
andar.
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