quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quero ser famoso. Conheça o comércio de fãs e seguidores nas redes sociais


Izabela Vasconcelos*

O que o dinheiro não compra? Na internet, ele compra até “amigos” virtuais. Sites nacionais e internacionais comercializam seguidores, fãs no Facebook e views no YouTube. Há ofertas de venda de seguidores e até de perfis ‘bombados’ para mostrar o quanto você é ‘famoso’ nas redes sociais.
A reportagem entrou em contato com o Big Follow, que comercializa seguidores no Twitter, com serviços gratuitos e VIPs (pagos). Segundo o vendedor, a base de tuiteiros (seguidores à venda) é montada com os usuários do serviço gratuito, que se cadastram no site para inflar seus followers. No serviço gratuito todos sabem que o tuiteiro usou o recurso, já que há o retuíte de uma mensagem automática promovendo o serviço. Já no VIP, a aumento de seguidores é sigiloso.
De acordo com o vendedor, na época de eleições, o serviço é muito procurado por agências de políticos. Atualmente, a procura pelos seguidores se divide entre 50% de pessoas físicas e 50% de agências de cantores, atores e políticos. Nos planos da empresa, 5.000 seguidores saem por R$ 500, 10 mil por R$ 1.000, 20 mil por R$ 2.000 e 50 mil por R$ 5.000.

Até no crediário
No Mercado Livre também há promoções de seguidores, que vão de R$ 380,00 a R$ 400,00 por 5.000 followers. O mais impressionante é uma oferta de R$ 330,00, dividido em 12 vezes, por um perfil de 95 mil seguidores. Neste caso, o usuário compra o perfil inflado e altera as informações pessoais.

Serviço é contra as regras das redes sociais
De acordo com a advogada Isabela Guimarães, do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, especializado em direito digital, serviços como este são contra as regras das redes. “O Twitter é muito claro em proibir isso. Essa prática é considerada spam. Não existe ilegalidade judicial, mas é ilegal para o Twitter, que pode excluir o perfil de um usuário caso venda ou compre seguidores, já que a proposta do site não é  a de uma competição entre quem tem mais seguidores”, afirmou.
Isabela também explicou que a prática não se converte em relevância. “A maioria desses perfis são falsos, não têm movimentação e os perfis que ficam 6 meses sem movimentação são excluídos, de acordo com as regras do Twitter”.

Facebook e YouTube
Além de seguidores no Twitter, a empresa Socialkik também comercializa fãs no Facebook e visualizações no YouTube. Os planos giram entre US$ 10,00 e US$ 1.199. Os clientes podem inflar seus perfis com pacotes a partir de 1 mil fãs (o número máximo é 50 mil fãs). Para o YouTube, os planos vão desde 5 mil a 100 mil visualizações. Os dois serviços, tanto no Facebook como no YouTube, também são contra os termos de uso das redes, que proíbem a comercialização de perfis e o uso das plataformas comercialmente.

Relevância
Com tantas ofertas, a pergunta é: como saber se uma empresa, político ou artista é realmente influente nas redes sociais. Uma dica é acompanhar a atividade do perfil, saber se posta com frequência, se seus seguidores interagem com ele e se também são regulares na rede, já que na maioria desses serviços os followers seguem automaticamente, sem manter interação ou afinidade, mesmo que virtual, com seus ‘compradores’.

*Izabela Vasconcelos é jornalista e editora do Portal Comunique-se.

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